Dirigente brasileiro no futebol europeu analisa o futuro da gestão de clubes no Brasil, destacando modelos de sucesso e os desafios políticos.
Thiago Scuro, atualmente no Monaco, compartilhou sua visão sobre a gestão de clubes no Brasil e o impacto das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Segundo ele, a **mudança para o modelo SAF** não é o único fator determinante para o sucesso, mas sim a **mentalidade e a organização interna**.
O dirigente apontou as administrações de **Palmeiras e Flamengo** como verdadeiros **exemplos** de planejamento e eficiência. Ele ressalta que essas equipes demonstram uma lógica clara em seus projetos esportivos e decisões gerenciais, indo além da simples adoção de um novo formato jurídico.
No entanto, Scuro também fez um **alerta importante** para clubes que enfrentam dificuldades financeiras e de organização. Ele acredita que as **estruturas políticas pesadas** de grandes instituições brasileiras, como Corinthians e São Paulo, podem gerar **resistência a implementações de modelos mais organizados**.
A mentalidade é a chave para a reestruturação
“Para mim não é necessariamente o formato jurídico, mas a mentalidade”, afirmou Scuro. Ele argumenta que marcas com grande potencial, como Corinthians e São Paulo, teriam **facilidade em se reerguer** se adotassem uma abordagem mais estruturada. A **organização e o planejamento estratégico** são vistos como pilares fundamentais.
A visão de Scuro sugere que a **transformação na gestão** passa por uma mudança de cultura interna, onde as decisões são tomadas com base em projetos de longo prazo e não em interesses pontuais. A profissionalização da gestão é, portanto, um ponto crucial.
Estruturas políticas como entraves para a modernização
O dirigente foi enfático ao analisar os desafios enfrentados por clubes com **estruturas políticas complexas**. Ele acredita que essas organizações podem se tornar **entraves significativos** para a adoção de novas formas de administração, mesmo que estas sejam benéficas.
“São clubes com estruturas políticas pesadas, vão colocar resistência para que um modelo mais organizado seja implementado”, analisou Scuro. Essa resistência pode frear o avanço necessário para que os clubes se adaptem às novas realidades do futebol.
O futuro do futebol brasileiro e a competitividade
Scuro vê a fotografia do futebol mudando com a ascensão das SAFs. Ele alerta que, para que os clubes brasileiros **mantenham a competitividade** em nível nacional e internacional, a **organização se torna indispensável**. A falta dela tem levado equipes tradicionais a se tornarem “de meio de tabela”.
“Nos últimos anos, têm se tornado equipes de meio de tabela. Isso não é bom para o futebol brasileiro”, finalizou. A **perda de protagonismo** de grandes clubes é um reflexo direto da falta de um planejamento consistente e de uma gestão eficiente.
O presente e o futuro de Thiago Scuro na Europa
Questionado sobre um possível retorno ao futebol brasileiro, Thiago Scuro, que está no Monaco após passagem pelo Red Bull Bragantino, preferiu **despistar sobre o futuro**. Ele declarou estar satisfeito com seu trabalho atual na Europa.
“Estou bem em Monaco, envolvido no nosso projeto, no terceiro ano de um passo que eu planejei para minha carreira, vir à Europa, ter um projeto de competir em alto nível. Minha prioridade hoje é construir mais alguns passos na Europa e o futuro é impossível controlar. Tenho contrato aqui até 2028”, concluiu.
