Casares sob pressão: Conselheiros do São Paulo exigem renúncia após humilhante derrota por 6 a 0
Um dia após o São Paulo sofrer a maior goleada de sua história contra o Fluminense, por 6 a 0 no Maracanã, a diretoria do clube vive um dia de forte agitação política. Conselheiros da oposição iniciaram um abaixo-assinado com o objetivo de forçar a renúncia do atual presidente, Julio Casares. A expectativa é que o movimento ganhe força e atraia apoio até mesmo de membros da situação, que estaria dividida.
A derrota no Rio de Janeiro, que poderia ter sido ainda mais elástica, expôs as fragilidades do time e a insatisfação geral. A situação é tão delicada que o diretor de futebol, Carlos Belmonte, que comanda um grupo político com cerca de 40 pessoas, estaria em rota de colisão com Casares. Belmonte sequer compareceu à partida no Maracanã, um indicativo da tensão interna.
Segundo informações apuradas, o grupo de oposição entende que o clube atingiu o “fundo do poço” financeiramente, com dívidas que ultrapassam a marca de um bilhão de reais. Um dirigente importante do grupo chegou a afirmar que o clube já “passou do poço, chegou na fossa”, em referência à gestão atual, que busca vender parte das categorias de base como uma forma de salvação.
Crise financeira e atrasos se agravam
Apesar de ter criado um fundo para amenizar a situação caótica, a diretoria do São Paulo voltou a solicitar um novo empréstimo bancário, desta vez no valor de R$ 25 milhões. Esse cenário financeiro preocupante intensifica o movimento político interno. Os jogadores, por exemplo, estão com dois meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem, um problema que se tornou rotineiro sob a gestão de Casares.
O experiente volante Luiz Gustavo, que atuou como zagueiro na partida contra o Fluminense devido a um surto de lesões que afastou 13 jogadores, desabafou após o vexame. Ele cobrou que a diretoria assuma a responsabilidade e dê a cara neste momento “tenebroso” do clube. Rui Costa, diretor do São Paulo presente no Maracanã, minimizou as declarações de Luiz Gustavo, atribuindo-as ao “calor do momento” e pedindo desculpas aos torcedores, sem entrar no mérito dos problemas de gestão ou atrasos salariais.
Futuro incerto e possíveis candidaturas
Julio Casares ainda tem um ano de mandato e não poderá concorrer à reeleição. Internamente, ele tem trabalhado para que seu sucessor seja Marcio Carlomagno, superintendente geral do clube. No entanto, o cenário pode mudar com o lançamento de Vinícius Pinotti como candidato a presidente em uma chapa que teria Marco Aurélio Cunha, nome preferido por muitos na oposição para tentar reerguer o São Paulo.
A administração de Casares tem sido alvo de críticas constantes. Além dos problemas financeiros, o presidente tem sido ausente em jogos do time, supostamente por questões médicas, mas tem comparecido a eventos como a Fórmula 1 e palestras sobre gestão. A decisão de mandar jogos importantes fora do Morumbi, como o próximo contra o Internacional na Vila Belmiro, também gerou descontentamento, temendo-se protestos contra Casares no estádio do clube.
Desde o início da gestão Casares, o clube só não apresentou déficit financeiro em um ano, e isso foi impulsionado pela venda milionária de Antony. O presidente alega que o foco inicial era reconectar a torcida ao time com títulos, e que agora a prioridade seria a saúde financeira. Contudo, a torcida demonstra estar cada vez mais desconectada, pedindo sua renúncia em protestos nas ruas e nas redes sociais. Muros do Morumbi amanheceram pichados com mensagens como “Acabou a paciência”, após a goleada contra o Fluminense, refletindo o clima de insatisfação generalizada.
