Julio Casares garante permanência e anuncia mudanças estruturais no São Paulo após vexame no Maracanã
O clima no São Paulo é de apreensão após a derrota por 6 a 0 para o Fluminense, um dos placares mais elásticos sofridos pelo clube no século. Em meio à turbulência, o presidente Julio Casares concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (28) para abordar o momento delicado, as recentes demissões no departamento de futebol e o futuro da gestão. Casares afastou qualquer possibilidade de renúncia e assegurou que pretende cumprir seu mandato até o final, com planos de profundas reformulações.
O mandatário tricolor explicou que as saídas de Carlos Belmonte, além de membros da comissão técnica, foram necessárias diante do desempenho insatisfatório da equipe. Apesar do momento desastroso, Casares ressaltou que a responsabilidade é coletiva, incluindo a sua própria, e que as mudanças, embora antecipadas, já estavam sendo consideradas para o final do Campeonato Brasileiro.
Conforme apurou a ESPN, Carlos Belmonte esteve no CT da Barra Funda pela manhã para se despedir dos jogadores. Pouco depois, o clube confirmou oficialmente as saídas, mas informou que Rui Costa e Muricy Ramalho seguem em seus respectivos cargos. A chegada do CEO Márcio Carlomagno foi destacada como um passo para acelerar a profissionalização e o planejamento para 2026.
Mudanças no futebol e a chegada do CEO
Julio Casares detalhou que a vinda de Márcio Carlomagno, o CEO, tem como objetivo auxiliar nos aspectos orçamentários e facilitar a superação de momentos desafiadores. Ele enfatizou que a intenção não foi isolar pessoas, mas sim promover uma readequação necessária. Casares também mencionou que a relação com Belmonte, apesar das divergências, sempre foi mantida, inclusive em momentos de eliminações anteriores.
O São Paulo vive um momento de instabilidade, com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos. A equipe ocupa a oitava posição no Campeonato Brasileiro, fora da zona de classificação para a Libertadores, e com duas rodadas restantes e um extenso número de desfalques por lesão, as expectativas dos torcedores são baixas.
Casares reafirma compromisso e projeta o futuro
O presidente Julio Casares reiterou seu compromisso com o clube e a intenção de cumprir o mandato até o fim. Ele destacou que o planejamento financeiro para 2026 deve ser positivo, o que permitirá ao São Paulo ter mais competitividade. “Me sinto parte integrante, a responsabilidade é coletiva. Tenho mandato, acho normal a oposição fazer uma convocação política, hoje receni apoio da coalisão, da situação e tenho sim, caminhos, tudo indica que faremos um belo balanço financeiro que nos dá envergadura para fazer um 2026 com competitividade”, declarou Casares.
As reformulações prometidas por Casares vão além do departamento de futebol, abrangendo diversos âmbitos do clube. O presidente ressaltou a necessidade de investir nos profissionais, assim como foi feito com o investimento em infraestrutura no CT. O papel do CEO será fundamental para criar as condições necessárias para essas mudanças.
Bastidores da saída de Belmonte e o vexame histórico
A saída de Carlos Belmonte da diretoria de futebol ganhou contornos importantes nos bastidores. Segundo apurações, o cartola já vinha perdendo prestígio interno devido a um racha com o presidente Julio Casares, em parte relacionado à eleição presidencial de 2024. A chegada de Márcio Carlomagno também teria tensionado o ambiente, especialmente pela boa relação de Belmonte com os atletas.
Carlomagno é visto como um provável candidato da situação para a próxima eleição, algo que, segundo informações, não era aceito por Belmonte. Outro ponto de discórdia teria sido uma suposta parceria para as categorias de base negociada por Casares, que parece ter esfriado.
A segunda maior derrota do São Paulo no século
A goleada por 6 a 0 sofrida contra o Fluminense no Maracanã configura a segunda maior derrota do São Paulo no século XXI. Desde 2001, o clube só havia sido superado por uma margem maior em uma ocasião: o placar de 7 a 1 contra o Vasco, em novembro de 2001, pela Série A. Naquele jogo, Rogério Ceni foi expulso ainda no primeiro tempo, e o time, com um a menos, foi amplamente dominado pelo Vasco.
Desde então, o Tricolor paulista nunca mais havia perdido por seis gols de diferença. Houve uma derrota por 6 a 1 para o Corinthians em 2015, pelo Brasileirão, mas o rival, já campeão nacional, atuou com uma equipe reserva. A derrota recente no Rio de Janeiro, portanto, marca um momento particularmente difícil para a história recente do clube.
