Justiça ordena soltura de Daniel Vorcaro e executivos do Banco Master, impondo medidas cautelares
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) tomou uma decisão significativa nesta sexta-feira (28), determinando a soltura de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e de outros quatro executivos da instituição. Os cinco estavam detidos desde a deflagração da operação Compliance Zero, que investiga supostas fraudes em negociações com o Banco de Brasília (BRB).
Agora, eles responderão ao processo em liberdade, mas sob a imposição de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão visa garantir o andamento das investigações, coibir a prática de novos crimes e impedir a fuga dos investigados, conforme explicado pela magistrada.
A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro no dia 17 deste mês, quando o empresário tentava embarcar para Dubai. Ele estava detido no Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, após dias retido na sede da PF em São Paulo. A operação Compliance Zero apura um esquema que teria movimentado cerca de R$ 12 bilhões, com suspeitas de venda de títulos fraudados e oferta de CDBs com rentabilidade irreal pelo Banco Master ao BRB.
Quem são os liberados e as restrições impostas
Além de Daniel Vorcaro, a desembargadora Solange Salgado da Silva concedeu a liberdade a Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia, Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria, e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio do banco. As medidas alternativas, segundo a magistrada, são suficientes para evitar riscos às investigações neste momento.
As restrições impostas aos cinco investigados incluem a proibição de contato entre si, com outros investigados ou com funcionários ligados ao BRB e ao Banco Master, seja por telefone ou internet. Eles também estão impedidos de deixar seus municípios de residência sem autorização judicial e seus passaportes permanecem retidos.
Defesa alega falta de justificativa para prisão preventiva
A defesa de Daniel Vorcaro vinha buscando sua libertação também no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados argumentam que não existem elementos concretos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva. Eles ressaltam que, com o Banco Master já em processo de liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central, o empresário não teria mais poder de influência sobre a instituição.
Operação Compliance Zero investiga esquema bilionário
A operação Compliance Zero, conduzida pela Polícia Federal, investiga um esquema financeiro que teria movimentado aproximadamente R$ 12 bilhões. A principal suspeita é que o Banco Master tenha vendido ao BRB títulos considerados fraudulentos. Outra linha de investigação aponta para a oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com rentabilidade significativamente acima da taxa de mercado, uma promessa que foi considerada irreal pela PF.
A decisão do TRF-1 representa um novo capítulo nas investigações da operação Compliance Zero, com os executivos do Banco Master agora respondendo ao processo sob monitoramento eletrônico e outras restrições, enquanto a justiça avalia a complexa fraude financeira em andamento.
