Alerta de Superfungo Genital: Casos de T. indotineae Disparam 500% no Reino Unido e Irlanda, Tratamento Exige Substância Tóxica

Superfungo Genital T. indotineae Ascende Preocupantemente no Reino Unido e Irlanda com Aumento de 500% em Casos

Um crescimento alarmante de 500% nos casos do ‘superfungo’ genital T. indotineae tem acendido um alerta entre autoridades de saúde no Reino Unido e na Irlanda. O fungo, conhecido por sua resistência a tratamentos convencionais, tem se espalhado, exigindo abordagens terapêuticas mais complexas e potencialmente tóxicas.

O Trichophyton indotineae, batizado de ‘superfungo’ devido à sua tenacidade, registrou um salto expressivo em suas notificações. Se em 2022 foram contabilizadas 44 ocorrências, o número ascendeu para 258 casos até março de 2025, conforme noticiado pelo jornal The Sun. Este aumento expressivo levanta sérias preocupações sobre a capacidade de contenção e tratamento da infecção.

Especialistas alertam que, embora o fungo não represente risco de vida direto, o tratamento é desafiador. A resistência a antifúngicos comuns significa que terapias mais potentes, que podem ser tóxicas ao organismo, tornam-se necessárias. A situação exige monitoramento e pesquisa contínuos para desenvolver estratégias de combate mais seguras e eficazes, conforme informação divulgada pelo jornal The Sun.

Sintomas e Preocupações dos Especialistas

O T. indotineae manifesta-se principalmente através de inflamações na região genital, apresentando-se como pontos vermelhos na virilha e nas nádegas. A condição pode se agravar, espalhando-se pelo corpo e aumentando o risco de dores intensas e infecções secundárias, o que demanda atenção médica imediata para diagnóstico e manejo adequados.

Darius Armstrong-James, professor especialista em fungos do Imperial College London, expressou sua apreensão com o avanço do T. indotineae. “Isso está se tornando um problema muito grande no Reino Unido”, declarou o especialista. A preocupação reside não apenas na disseminação local, mas na potencial escalada para níveis mais amplos de incidência.

“Não sabemos o quão endêmico ou pandêmico isso se tornará, mas a frequência crescente de novos casos chegando aos hospitais já é muito preocupante”, completou Armstrong-James. A declaração reforça a necessidade de uma resposta coordenada e rápida por parte das autoridades de saúde para entender e controlar a propagação do fungo.

Origem, Mutação e Tratamento Desafiador

Originário da Índia em 2014, o T. indotineae passou por mutações que o tornaram resistente aos antifúngicos convencionais. Essa evolução fúngica é um dos principais fatores que dificultam o seu tratamento, exigindo o uso de substâncias como o itraconazol em doses elevadas.

O itraconazol, embora eficaz contra o fungo, é conhecido por seus potenciais efeitos tóxicos, afetando órgãos vitais como o fígado e o coração. Essa dualidade entre a necessidade do tratamento e seus riscos associados representa um dilema para médicos e pacientes, que precisam ponderar os benefícios frente aos perigos da terapia.

Expansão Global e o Caso Brasileiro

A disseminação do T. indotineae não se restringe ao Reino Unido e Irlanda. Pelo menos 20 países já relataram casos de contaminação por este ‘superfungo’ na última década. A presença global do fungo sublinha a importância de uma vigilância epidemiológica internacional e da partilha de informações entre as nações.

No Brasil, um caso de T. indotineae foi confirmado em abril de 2025, na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. A identificação da infecção no país reforça a necessidade de atenção e preparo dos sistemas de saúde locais para lidar com essa nova ameaça fúngica, garantindo o diagnóstico e o tratamento adequados.

Leia mais

PUBLICIDADE