CBF desconsidera veto a gramados sintéticos em projeto de fair play financeiro após pedido do Flamengo
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu não incluir a proposta do Flamengo de proibir o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro em seu projeto de fair play financeiro. A medida, enviada pelo clube carioca em novembro, foi vista pela entidade como uma clara provocação ao Palmeiras, que utiliza o gramado artificial em seu estádio.
A decisão da CBF, que apresentará o projeto de fair play financeiro em São Paulo nesta quarta-feira (26), sinaliza um distanciamento da entidade em relação a questões que não se encaixam diretamente no escopo das regras financeiras.
Fontes próximas à apuração indicam que o Grupo de Trabalho criado pela CBF para o tema entende que a discussão sobre gramados sintéticos é de caráter técnico e deve ser tratada pelo departamento de competições, e não inserida em um debate político-financeiro.
Flamengo propõe proibição de gramados artificiais e alega desequilíbrio
Em 10 de novembro, o Flamengo encaminhou à CBF dez propostas para o projeto de fair play financeiro, incluindo uma específica sobre gramados artificiais. O clube argumentou que os “gramados de plástico devem ser eliminados imediatamente de todos os torneios nacionais profissionais”.
Segundo o clube, a “discrepância nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais provoca desequilíbrios financeiros entre os clubes e prejudica a saúde física de jogadores e atletas”. O Flamengo busca, com essa medida, equalizar as condições de competição.
Palmeiras também vê pedido como manobra e foca em fair play financeiro
A visão do Palmeiras sobre a proposta do Flamengo é similar à da CBF. O clube paulista também considerou que a abordagem sobre gramados sintéticos não condiz com um projeto de fair play financeiro. Além disso, a diretoria alviverde interpreta a iniciativa como uma tentativa de enfraquecer um rival direto na disputa por títulos importantes.
A relação entre Flamengo e Palmeiras tem sido marcada por tensões nos bastidores, especialmente devido a processos judiciais e discussões envolvendo a Libra, bloco responsável pela negociação de direitos de transmissão.
Projeto de Fair Play Financeiro avança sem a polêmica do gramado sintético
O projeto de fair play financeiro, que será detalhado pela CBF, visa estabelecer novas regras para a gestão financeira dos clubes brasileiros. A exclusão da proposta sobre gramados sintéticos demonstra o foco da entidade em temas estritamente financeiros, deixando outras discussões para serem tratadas em âmbitos específicos.
A decisão da CBF pode intensificar o debate sobre a infraestrutura dos clubes e a busca por um futebol mais equilibrado, mas a entidade optou por manter o foco em seu objetivo inicial, sem se envolver em polêmicas que possam desviar o foco do fair play financeiro.
Contexto de decisão acontece antes de confrontos decisivos entre os clubes
A definição da CBF ocorre em um momento de alta rivalidade entre os clubes. Na véspera da apresentação do projeto, o Flamengo pode se sagrar campeão brasileiro se vencer o Atlético-MG e o Palmeiras tropeçar contra o Grêmio. No sábado seguinte, os dois times se enfrentarão na grande final da Copa Libertadores, em Lima, no Peru.
