Defesa de Robinho Pede ao STF Retirada de Caráter Hediondo da Pena por Estupro, PGR se Manifesta Contra

Defesa de Robinho busca no STF retirada de hediondez em pena por estupro, PGR contesta

A defesa do ex-jogador Robinho protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de remover o caráter hediondo de sua pena por estupro coletivo. Robinho cumpre no Brasil a sentença de nove anos de prisão, definida pela Justiça italiana.

O pedido, apresentado no início de novembro, alega que a manutenção do regime prisional atual causa um “prejuízo irreparável” ao ex-atleta. A estratégia da defesa é buscar uma alteração no regime de cumprimento da pena, o que poderia trazer condições mais brandas.

No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já se posicionou de forma contrária à solicitação. Conforme informação divulgada na última sexta-feira, a PGR argumentou que “não existem motivos para justificar sua alteração”, indicando a manutenção da classificação original do crime.

O que significa crime hediondo

No ordenamento jurídico brasileiro, crimes como estupro, tortura e latrocínio são classificados como hediondos. Essa classificação implica em consequências mais severas, incluindo a inafiançabilidade e condições mais rigorosas para a progressão do regime de prisão.

A defesa de Robinho, ao tentar retirar esse caráter hediondo, busca justamente flexibilizar essas restrições. O argumento central é que cada dia de prisão em um regime inadequado representa um dano de difícil ou impossível reparação.

PGR se opõe e mantém posição

A manifestação da PGR, contrária ao pedido da defesa, reforça a posição de que a condenação e suas características devem ser mantidas. A Procuradoria entende que não há fundamentos legais ou factuais para alterar a classificação da pena.

O pedido de liminar foi encaminhado ao ministro Luis Fux, do STF, na segunda-feira. A movimentação jurídica ocorreu no mesmo dia em que Robinho foi transferido da Penitenciária II de Tremembé para o Centro de Ressocialização de Limeira, ambos em São Paulo.

Relembre o caso e a prisão de Robinho

O caso que levou à condenação de Robinho ocorreu em janeiro de 2013, em uma boate em Milão, na Itália. O ex-jogador e outros cinco homens foram acusados de estupro coletivo contra uma jovem.

Após um longo processo, Robinho foi condenado em definitivo pela Justiça italiana a nove anos de prisão em janeiro de 2022. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, ele permaneceu em liberdade no país.

A situação mudou em 2023, quando a Itália solicitou a homologação da sentença no Brasil. Em março de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela homologação, determinando que Robinho cumprisse a pena em território nacional.

No mesmo dia da decisão do STJ, Robinho foi preso pela Polícia Federal em Santos (SP). Ele iniciou o cumprimento da pena em regime fechado na Penitenciária II de Tremembé, antes de ser transferido para Limeira.

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