Ex-gerente do Itaú detalha denúncia de assédio moral e sexual em agência do Rio de Janeiro.
O caso de um ex-gerente do Itaú Unibanco, João Figueredo, que alega ter sofrido assédio moral e sexual em uma agência no Rio de Janeiro, tem ganhado destaque. Figueredo relatou ao portal LeoDias ter vivenciado um ano de intimidações, investidas sexuais e perseguição por parte de seu então gestor, práticas que teriam começado em novembro de 2024 e se estendido até o mês de novembro atual.
As declarações de João Figueredo reacendem o debate sobre a segurança e o respeito no ambiente corporativo, especialmente em instituições financeiras com estruturas hierárquicas rígidas. A denúncia detalha um cenário de constrangimento e práticas antiéticas que teriam levado ao seu desligamento recente da empresa.
Conforme apurado e divulgado pelo portal LeoDias, o ex-gerente descreveu um comportamento que evoluiu de “brincadeiras” para situações invasivas, incluindo toques sem consentimento e comentários de cunho sexual explícito. O caso, que tramita em segredo de Justiça, levanta sérias preocupações sobre a proteção de funcionários contra abusos no local de trabalho.
Relatos chocantes de assédio e investidas sexuais
João Figueredo detalhou episódios em que seu ex-gestor teria feito comentários sobre seu corpo e sugerido situações sexuais com outros colegas. Segundo o relato, o superior teria demonstrado interesse em ser “voyeur” em contatos sexuais, chegando a sugerir que o ex-gerente se envolvesse com outro colega devido às suas características físicas. O gestor também teria incentivado estagiárias a usarem roupas consideradas “sexy” com o intuito de “induzir a venda”.
Esses comentários, segundo Figueredo, ocorriam de forma recorrente, tornando a situação ainda mais delicada. Ele explicou que, em um ambiente de forte hierarquia como o bancário, o medo de perder o emprego dificultava uma reação mais contundente contra o assédio. O ex-gerente também mencionou que o superior direcionava comentários sexuais a vigilantes e estagiários, e que chegou a contratar um candidato a estágio por sua aparência física.
Pressão psicológica, perseguição e denúncias ignoradas
Além do assédio sexual, João Figueredo afirmou ter sido vítima de pressão psicológica e perseguição profissional. Ele relatou que o gestor, mesmo antes de assumir formalmente sua liderança, o perseguia nas redes sociais e aparecia em sua agência sem autorização. Em uma ocasião, o gestor teria visitado a agência de Figueredo sem permissão para fiscalizar seu desempenho, mantendo-se próximo e fazendo perguntas desconfortáveis.
Figueredo e outros seis funcionários denunciaram o gestor ao banco em meados de 2024 por práticas antiéticas, assédio moral e condições de trabalho precárias. Ele descreveu uma situação insalubre na agência, que ficou dias sem circulação de ar, causando mal-estar a clientes e funcionários. Apesar das denúncias e da existência de provas, o ex-gerente alega que nada foi feito, e que o gestor teria sido até elogiado.
Vingança, demissão e busca por direitos na Justiça
Segundo o relato, após as denúncias, o gestor teria começado a se vingar dos funcionários, com transferências e realocações em posições desfavoráveis, culminando na demissão de João Figueredo. Ele formalizou uma denúncia detalhada ao “balcão” interno do banco em 5 de novembro, com prints de conversas, mas afirma não ter recebido retorno ou pedido de desculpas. O gestor denunciado foi demitido em 2 de janeiro.
O ex-gerente está movendo um processo judicial contra o Itaú, que tramita em segredo de Justiça há um ano. Ele busca seus direitos, considerando as justificativas para sua demissão “patéticas”. João Figueredo também revelou o impacto emocional devastador da situação, que o levou a ter pensamentos suicidas e a buscar tratamento de saúde mental.
Posicionamento do Itaú Unibanco
O portal LeoDias entrou em contato com o Itaú Unibanco para comentar o caso. A instituição financeira emitiu uma nota oficial afirmando que “repudia qualquer forma de assédio moral, sexual ou discriminação”. O banco declarou possuir canais seguros para denúncias, conduzir apurações rigorosas e aplicar medidas disciplinares quando procedentes, além de investir em treinamentos para promover um ambiente de trabalho íntegro e respeitoso. Por política interna, o Itaú Unibanco não comenta casos específicos.
Atualmente afastado pelo INSS e enfrentando dificuldades para retornar ao mercado de trabalho, João Figueredo afirma ter perdido o medo de expor sua história, declarando que não deseja empregos em empresas que o discriminem por ter denunciado assédio e outras situações desumanas.
