Menino que morreria no Natal completaria 7 anos após morte trágica por adrenalina intravenosa em hospital de Manaus

Benício, que faria 7 anos no Natal, morre após receber adrenalina intravenosa em Manaus

Uma tragédia abala a família de Benício Xavier de Freitas, um menino que completaria 7 anos no dia 25 de dezembro. Ele faleceu em um hospital particular de Manaus, no Amazonas, após receber uma dose de adrenalina administrada por via intravenosa. Os pais suspeitam de um **erro na medicação**, que teria ocorrido entre a noite de sábado (22) e a madrugada de domingo (23).

O caso ganhou repercussão e levou o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) a instaurar um procedimento para apurar detalhadamente as circunstâncias da morte do garoto. A investigação incluirá oitivas de responsáveis técnicos, análise de prontuários médicos e verificação dos protocolos de atendimento adotados.

O Hospital Santa Júlia, onde Benício foi atendido, informou que também iniciou uma apuração interna por meio de sua Comissão de Óbito e Segurança do Paciente. Como medida inicial, a unidade médica **afastou uma médica e uma técnica de enfermagem** de suas funções enquanto a investigação interna prossegue. A instituição assegura que está colaborando com as autoridades e acompanhando o desenrolar do caso.

Suspeita de erro na prescrição e aplicação da adrenalina

Segundo Bruno Freitas, pai de Benício, o menino foi levado ao hospital com sintomas de tosse seca e suspeita de laringite. A médica que o atendeu teria prescrito lavagem nasal, soro, xarope e, surpreendentemente, **três doses de adrenalina intravenosa**, com intervalo de 30 minutos entre cada aplicação de 3 ml.

O pai relata que a própria enfermeira demonstrou questionamentos sobre a prescrição, mas afirmou que a aplicaria conforme orientado. “Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Nós perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado por via intravenosa. Falou que estava na prescrição e que ela ia fazer”, desabafou Bruno.

Piora no quadro clínico e parada cardíaca

Após a administração da medicação, o estado de saúde de Benício se agravou significativamente. Ele foi levado para a sala vermelha do hospital, apresentando oxigenação próxima de 75%, o que indicava a necessidade de transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Por volta das 23h de sábado, o menino precisou ser intubado e, logo em seguida, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Apesar das tentativas de reanimação, seu quadro permaneceu instável. Benício faleceu às 2h55 da madrugada de domingo, após não responder às manobras médicas.

Pedido de justiça e prevenção de novas tragédias

A família de Benício busca por respostas e **responsabilização** pelo ocorrido. “Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo. O que a gente quer é que isso nunca mais aconteça. Não desejamos essa dor para ninguém”, declarou o pai, em meio à dor pela perda do filho, que jamais esquecerá o Natal que seria o seu sétimo aniversário.

O caso segue sob avaliação dos órgãos competentes, que analisarão todas as evidências para determinar as causas exatas do óbito e se houve, de fato, negligência médica na aplicação da adrenalina intravenosa.

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