A revolução do microdrama chega às redes sociais com a primeira novela vertical da Globo, “Tudo por Uma Segunda Chance”, protagonizada por Jade Picon. Descubra como essa nova linguagem audiovisual está conquistando o público.
O universo do audiovisual brasileiro está experimentando uma transformação significativa com a ascensão dos microdramas. A Globo não ficou de fora dessa tendência e lançou sua primeira novela vertical, “Tudo por Uma Segunda Chance”, disponível nas redes sociais da emissora. Esta produção se destaca por seus capítulos curtos, com duração de 2 a 3 minutos, e um formato pensado especialmente para ser consumido em dispositivos móveis.
A proposta é oferecer uma dramaturgia condensada, ágil e focada em manter o interesse do espectador sem distrações. Cada episódio é uma pílula de conteúdo, ideal para o ritmo acelerado do público digital que está sempre conectado.
Conforme explica o diretor Adriano Melo, o microdrama é definido como “uma boa história contada de uma forma ágil, com personagens e temas muito bem definidos, além de ganchos que nos permitem acompanhar essa história e se interessar do começo ao fim”. Em resumo, trata-se de “uma novela sem trama paralela”, com o objetivo de manter o engajamento constante do público, eliminando excessos e focando na essência da narrativa.
Desafios e Inovações na Produção Vertical
A gravação no formato vertical impõe mudanças significativas nos bastidores da produção. “A forma de enquadrar, de marcar a figuração e o elenco é diferente”, detalha Melo. A cenografia, por exemplo, precisa considerar uma maior quantidade de teto e chão, e os closes também funcionam de maneira distinta. Esses aprendizados surgiram de um extenso estudo da equipe, que adaptou métodos de todos os setores dos Estúdios Globo, desde o figurino até os cenários.
A velocidade da narrativa também molda a contação de histórias. A cenógrafa Anne Bourgeois ressalta um dos maiores desafios: “passar as informações fundamentais para a história em questão de segundos”. O ambiente precisa ser identificado quase instantaneamente, exigindo que “cada capítulo da novelinha é uma pílula de informação que precisa realmente conter tudo que é fundamental”.
Novela Vertical: Um Complemento, Não um Substituto
Apesar das inovações, Adriano Melo reforça que o formato vertical não visa substituir o modelo de novela clássica. “Esta é apenas mais uma forma de fazer novela, com um DNA próprio”, afirma. O formato tradicional continua sendo dominante, e a novela vertical surge como um complemento, oferecendo “mais um olhar, com releituras de coisas interessantes”.
O objetivo é conectar um público nascido no meio digital ou que simplesmente prefere novelas mais rápidas, que podem ser assistidas a qualquer hora do dia e em qualquer plataforma conveniente. “Toda por Uma Segunda Chance” representa essa nova fase, onde a novela se adapta ao bolso e ao ritmo do público, mantendo sua personalidade e força.
